sábado, setembro 07, 2013

O GRITO DOS EXCLUÍDOS É OPORTUNIDADE PARA OUVIR AQUELES QUE SOFREM.


Sexta feira, dia 7 de Setembro, os católicos celebram o Dia da Independência com um coração cheio de orgulho e gratidão por pertencermos a esta terra abençoada da Santa Cruz. Data que nos chama a reflexão e ao comprometimento cívico e patriótico, pois não a honraríamos corretamente com sentimentos ufanistas ou de adesão a um nacionalismo agressivo, mas um verdadeiro amor a Pátria, exige a luta e o empenho pela conquista de uma cidadania plena para todos/as, a erradicação da miséria e a eliminação da corrupção na política e na sociedade inteira.

Nos unimos ao grito dos excluídos que traz como lema: "Juventude que ousa lutar, constrói o projeto popular"; fazendo ecoar as manifestações que iniciaram em junho de 2013, que anseiam uma renovação estrutural no pais e na sociedade. A independência não é apenas uma data, mas um processo e uma caminhada, que nos leva a forjar e gerar entre nós, uma soberania nacional, cada vez mais forte, respeitada e integral, testemunha e sinal de uma brasilianidade autêntica e fecunda, voltada para ser entre as nações exemplo de paz, inclusão e justiça.
Mais do que um simples protesto, o Grito dos Excluídos é oportunidade para ouvir aqueles que sofrem. Um movimento para alimentar a indispensável sensibilidade social que emoldura o que se escolhe e o que se faz – da conduta cidadã ao exercício do poder – pela solidariedade que conduz na direção da paz. Sem escutar o grito daqueles que estão desamparados, a sociedade perde o rumo, cai no precipício das guerras, grandes e pequenas.
A vivência do jejum e orações no dia 7 de Setembro, convite do Papa Francisco, é uma oportunidade para esse exercício fundamental de se buscar a paz. É verdade que para alcançá-la são importantes as relações diplomáticas e tratados entre nações. Porém, o convite do Papa permite cultivar na consciência o entendimento de que a chama da paz é mantida, principalmente, a partir do coração de cada pessoa.
Os impulsos ditatoriais, a ganância que fomenta o vício venenoso da corrupção, a incompetência que apazigua hipocritamente os corações na convivência com a miséria, a discriminação e a exclusão de cidadãos não estão simplesmente nos ares, nos outros, bem longe.
 O jejum e a oração, remédios educativos, livram os corações desses males. Permitem o exercitar-se na gramática de Deus, evitando o distanciamento do verdadeiro sentido da vida de cada um e de todos, congregados na diversidade de culturas, povos, línguas e nações. Com preocupação, voltados fraternalmente para a Síria, enxergando outros focos de guerra pelo mundo afora e atentos solidariamente ao grito daqueles que são vítimas da exclusão social, estamos convocados a educar nossos corações. Esse processo não tem outro ponto de partida e referência fundamental senão o que Jesus nos revelou: Deus é amor, a vocação maior de cada pessoa é o amor, grande instrumento da paz.
Mas junto a prece pela Pátria, queremos atender o apelo do Papa Francisco de na Véspera da Natividade de Maria Santíssima Rainha da Paz, fazer jejum e rezar pela paz na Síria, no Oriente Médio e no mundo inteiro. A paz depende da boa vontade de todos os membros da humanidade, de tentar resolver os conflitos pela via da negociação e do diálogo, procurando soluções justas que beneficiem a todos os envolvidos, pois a via da guerra e da violência só multiplicará a destruição e o ódio."

Peçamos a Maria nos ajude a responder à violência, ao conflito e à guerra com a força do diálogo, da reconciliação e do amor. Ela é a mãe, que Ela nos ajude a encontrar a paz, todos nós somos seus filhos! Ajudai-nos, Maria, a superar este momento difícil e a nos comprometer a construir, todos os dias e em todo lugar, uma autêntica cultura do encontro e da paz. Maria, Rainha da paz, rogai por nós!" Deus seja louvado!

Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo  de Belo Horizonte (MG)
www.cnbb.org.br



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