Sexta feira, dia 7 de Setembro, os católicos celebram o Dia da
Independência com um coração cheio de orgulho e gratidão por pertencermos a
esta terra abençoada da Santa Cruz. Data que nos chama a reflexão e ao
comprometimento cívico e patriótico, pois não a honraríamos corretamente com
sentimentos ufanistas ou de adesão a um nacionalismo agressivo, mas um verdadeiro
amor a Pátria, exige a luta e o empenho pela conquista de uma cidadania plena
para todos/as, a erradicação da miséria e a eliminação da corrupção na política
e na sociedade inteira.
Nos unimos ao grito dos excluídos que traz como lema:
"Juventude que ousa lutar, constrói o projeto popular";
fazendo ecoar as manifestações que iniciaram em junho de 2013, que anseiam uma
renovação estrutural no pais e na sociedade. A independência não é apenas uma
data, mas um processo e uma caminhada, que nos leva a forjar e gerar entre nós,
uma soberania nacional, cada vez mais forte, respeitada e integral, testemunha
e sinal de uma brasilianidade autêntica e fecunda, voltada para ser entre as
nações exemplo de paz, inclusão e justiça.
Mais do que um simples protesto, o Grito dos Excluídos
é oportunidade para ouvir aqueles que sofrem. Um movimento para alimentar a
indispensável sensibilidade social que emoldura o que se escolhe e o que se faz
– da conduta cidadã ao exercício do poder – pela solidariedade que conduz na
direção da paz. Sem escutar o grito daqueles que estão desamparados, a
sociedade perde o rumo, cai no precipício das guerras, grandes e pequenas.
A vivência do jejum e orações no dia 7 de
Setembro, convite do Papa Francisco, é uma oportunidade para esse exercício
fundamental de se buscar a paz. É verdade que para alcançá-la são importantes
as relações diplomáticas e tratados entre nações. Porém, o convite do Papa
permite cultivar na consciência o entendimento de que a chama da paz é mantida,
principalmente, a partir do coração de cada pessoa.
Os impulsos ditatoriais, a ganância que fomenta
o vício venenoso da corrupção, a incompetência que apazigua hipocritamente os
corações na convivência com a miséria, a discriminação e a exclusão de cidadãos
não estão simplesmente nos ares, nos outros, bem longe.
O jejum e a oração, remédios educativos, livram os
corações desses males. Permitem o exercitar-se na gramática de Deus, evitando o
distanciamento do verdadeiro sentido da vida de cada um e de todos, congregados
na diversidade de culturas, povos, línguas e nações. Com preocupação, voltados fraternalmente para a Síria,
enxergando outros focos de guerra pelo mundo afora e atentos solidariamente ao
grito daqueles que são vítimas da exclusão social, estamos convocados a educar
nossos corações. Esse processo não tem outro ponto de partida e referência
fundamental senão o que Jesus nos revelou: Deus é amor, a vocação maior de cada
pessoa é o amor, grande instrumento da paz.
Mas junto a prece pela Pátria, queremos atender o
apelo do Papa Francisco de na Véspera da Natividade de Maria Santíssima Rainha
da Paz, fazer jejum e rezar pela paz na Síria, no Oriente Médio e no mundo
inteiro. A paz depende da boa vontade de todos os membros da humanidade, de tentar
resolver os conflitos pela via da negociação e do diálogo, procurando soluções
justas que beneficiem a todos os envolvidos, pois a via da guerra e da
violência só multiplicará a destruição e o ódio."
Peçamos a Maria nos ajude a responder à violência, ao
conflito e à guerra com a força do diálogo, da reconciliação e do amor. Ela é a
mãe, que Ela nos ajude a encontrar a paz, todos nós somos seus filhos!
Ajudai-nos, Maria, a superar este momento difícil e a nos comprometer a
construir, todos os dias e em todo lugar, uma autêntica cultura do encontro e
da paz. Maria, Rainha da paz, rogai por nós!" Deus seja louvado!
Dom
Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)
Bispo de Campos (RJ)
Dom
Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
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