“CONSTRUÍDA EM ESTILO ECLÉTICO TARDIO COM TRAÇOS NEOCLÁSSICOS, NA ESTRADA DA GÁVEA, A IGREJA TEM SUA SINGULAR IMPORTÂNCIA NA
HISTÓRIA DO RIO DE JANEIRO, PORQUE DELA SURGIU O BAIRRO DE SÃO CONRADO E FOI O
PONTO DE PARTIDA PARA A URBANIZAÇÃO DA REGIÃO”
“A partir de uma placa dentro da igreja, fixada pelo fundador e datada
de 1914, tivemos condições de
resgatar a história e programar uma ação de graças pelo centenário da bênção de lançamento da pedra fundamental daquela que seria a matriz de São Conrado”, explicou o padre Marcos Belizário Ferreira, que está à frente da comunidade paroquial desde o dia 14 de outubro de 2012.
“Na busca de dados, fizemos contato com famílias, associação de
moradores e até instituições de serviços. Foi uma boa
experiência, que contribuiu para o consagramento da comunidade paroquial e o
fortalecimento dos moradores. Tudo foi possível, porque a igreja é um
referencial, a célula embrionária do bairro”, explicou o pároco.
A construção da
igreja, que foi tombada em 2005 pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
por sua relevância histórica e urbanística, foi financiada e mantida com os
recursos do comendador Conrado Jacob de Niemeyer, em suas terras, uma região
espremida entre o oceano e o verde intenso da Mata Atlântica.
“Construída em estilo eclético tardio com traços neoclássicos, na
Estrada da Gávea, a igreja tem sua singular importância na história do Rio de
Janeiro, porque dela surgiu o bairro de São Conrado e foi o ponto de partida
para a urbanização da região. Um bairro que tem uma beleza interessante. É a cara do Rio.
Sua moldura é harmoniosa, que remete um pouco ao semblante do criador a
nos oferecer um lugar agradável para morar, rezar e comemorar”, disse padre
Marcos.
A celebração jubilar, programada para o dia 28 de junho, será presidida
pelo arcebispo Dom Orani João Tempesta, com início às 18h. Um pouco antes, a
Banda dos Fuzileiros Navais vai recepcionar os presentes, tocando, entre
outros, o hino do padroeiro.
Se o bom tempo
fluir, dez instrutores da Associação Brasileira de Voo Livre jogarão pétalas de
rosas, de suas asas-deltas, em cima da igreja. Tudo para deixar a festa mais
bonita.
A festa continua, lembrou o pároco, porque a inauguração da igreja só
aconteceu de fato em 29 de junho de 1916, com a primeira missa.
“Além de ser um espaço religioso, para os ofícios sagrados, com o tempo a igreja se tornou um ponto de encontro para os moradores.”
Muito mais quando o bairro se desenvolveu, depois da divisão da fazenda em lotes.
Serviu até como sede de comunidade para os primeiros moradores da Rocinha. “São 100 anos de história de pessoas dedicadas, que falam com intimidade da igreja. Também pelos meus antecessores que fizeram um bom trabalho, plantando boas sementes.
Serviu até como sede de comunidade para os primeiros moradores da Rocinha. “São 100 anos de história de pessoas dedicadas, que falam com intimidade da igreja. Também pelos meus antecessores que fizeram um bom trabalho, plantando boas sementes.
Bela, simples e
um cartão postal, a igreja que teve rosto de outeiro, hoje é a matriz de todo o
bairro de São Conrado, a única no mundo dedica ao santo”, destacou padre
Marcos.
Com a morte dos descendentes
de Conrado Niemeyer, a igreja e seu patrimônio foram doados para a Arquidiocese
do Rio de Janeiro. O então arcebispo Dom Jaime de Barros Câmara, em 2 de julho
de 1969, elevou a capela à condição de paróquia.
Na reforma de 1984, foi
restabelecido o seu projeto arquitetônico e, na de 1996, foram concluídas obras
adicionais para facilitar os trabalhos pastorais. Da construção original ainda
restam a pia batismal em mármore italiano, o sino, alguns vidros belgas e o
relógio francês.
SÃO CONRADO
De acordo
com o padre Marcos, a propagação da devoção a São Conrado está entre as
prioridades do planejamento pastoral. Ele mesmo, em janeiro de 2014, foi até a
cidade alemã de Constança, para conhecer de perto a história do padroeiro.
“Até o pároco da
antiga Sé alemã perguntou: “Como São Conrado chegou ao Rio?”, comentou.
“São Conrado de
Constança não é um santo popular no Rio, nem no Brasil. Foi o fundador que o
escolheu para padroeiro, por ser um nome constante através de gerações, em sua
família. A imagem barroca do século 18, talhada em madeira, foi trazida por ele
da Alemanha.
Mas estamos criando condições para divulgar sua devoção, já que
ele deu nome à igreja e ao bairro”. disse.
Natural da
cidade suíça de Constança, hoje pertencente à Alemanha, São Conrado foi um
nobre da Idade Média. Formado pelos monges beneditinos, foi bispo por 42 anos
na sua cidade natal a partir do ano de 934. Pastor ativo, diligente e visitador
assíduo nas paróquias, tornou-se também notável professor dos jovens clérigos.
Cheio de virtudes, usou parte de seus bens para construir igrejas e hospitais e distribuiu o restante aos pobres.
Cheio de virtudes, usou parte de seus bens para construir igrejas e hospitais e distribuiu o restante aos pobres.
Aclamado como bispo santo, foi canonizado em
1123 pelo Papa Calixto. Sua memória é festejada no dia 26 de novembro.
Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro
Testemunho de Fé
Direção e Jornalismo Carlos Moioli
Imagens Luiz Carlos Vilela e Paula Brasil
Pároco da Igreja São Conrado Pe. Marcos Belizário Ferreira
--