"HÁ UMA DIVERSIDADE DE CRENÇAS, MAS A BUSCA DO TRANSCENDENTE, O DESEJO DE FAZER O BEM POR MEIO DA CRENÇA RELIGIOSA É MUITO IMPORTANTE E DEVE SER RESPEITADO".
UNIDOS PELO AMOR
DE DEUS PELA CONFISSÃO DE FÉ COMUM E PELO COMPROMISSO COM A MISSÃO
"Organizações
religiosas vão entrar com pedido na Justiça para participarem como amicus
curiae no processo que pede a retirada da internet de vídeos com
mensagens de intolerância aos cultos afro-brasileiros. O anúncio foi feito
ontem (11) depois de reunião da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa
(Ccir), na sede da Arquidiocese do Rio de Janeiro. No encontro, a Igreja
Católica e a Sociedade Beneficente Muçulmana do Rio de Janeiro anunciaram apoio
à causa dos praticantes das religiões de matriz africana". CONIC – Conselho
Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil
"SOMOS CIDADÃOS
DE UM PAÍS LAICO, QUE DEVE RESPEITAR TODAS AS RELIGIÕES”
afirmou o arcebispo do Rio, Cardeal Orani João Tempesta, durante o encontro inter-religioso que aconteceu na manhã do dia 11 de junho, no Palácio São Joaquim, na Glória.
afirmou o arcebispo do Rio, Cardeal Orani João Tempesta, durante o encontro inter-religioso que aconteceu na manhã do dia 11 de junho, no Palácio São Joaquim, na Glória.
“O Brasil não é
um país confessional ou ateu. Nesse sentido a liberdade religiosa deve ser cada
vez mais provisionada pelas leis do país”, reforçou o arcebispo.
Segundo o
diretor do Departamento Educacional da Sociedade Beneficente Muçulmana do Rio
de Janeiro, Sami Armed Isbelle, a ofensa às religiões tem sido frequente.
“Estamos
percebendo o ataque ao que é sagrado. Recentemente,
ocorreu o episódio da destruição de imagens de Santos na matriz de Nossa Senhora e São José, em
Montes Claros e também ofensas às religiões de matriz africana. O islamismo é
também constantemente atacado na internet. A partir dessa reunião, pretendemos
estruturar uma forma de defesa em conjunto, porque hoje tenta-se desestabilizar
a religiosidade, e isso é extremamente perigoso.
Pessoas utilizam a liberdade
de expressão como um escudo para atacar o sagrado, esquecendo que também existe
a liberdade religiosa”, alertou Sami.
APOIO AMIGO
A Arquidiocese do
Rio, junto com outras denominações religiosas, vai atuar como Amicus Curiae*
(Amigo da Corte) na ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF), em
janeiro deste ano, para pedir que fossem retirados do YouTube, pela Google
Brasil, vídeos considerados ofensivos à umbanda e ao candomblé. Ao negar o
pedido, um juiz da 17ª Vara Federal do Rio argumentou que “manifestações
religiosas afro-brasileiras não se constituem religião”.
“Um encontro
como esse, com o apoio da Igreja Católica, é importantíssimo contra a
intolerância.
Queremos fazer um debate sério sobre o desrespeito, a perseguição
e o ódio. Já estamos programando a realização de um seminário na Associação dos
Magistrados do Tribunal Regional Federal, no Rio, e também pretendemos realizar
uma grande mobilização para a nossa caminhada contra a intolerância religiosa,
no dia 21 de setembro”, incentivou o babalawo Ivanir dos Santos, da Comissão de
Combate à Intolerância Religiosa (Ccir).
CULTURA DO ENCONTRO E
DO DIÁLOGO
“Como sempre nos
pede o Cardeal Tempesta: diálogo, encontro e respeito. Isso é o que nós
queremos com todas as religiões. Desejamos que a Igreja Católica possa ser
protagonista dessa ponte que se faz entre as demais religiões.
Queremos
construir fraternidade. Todas as religiões pregam amor, pregam que o homem seja
melhor hoje. Então isso tudo nos une. Vamos caminhar juntos”, motivou o diácono
Nelson Águia, membro da Comissão Arquidiocesana de Ecumenismo e Diálogo
Inter-religioso.
Hélio Koifman,
representante da Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro e da
Comunidade Judaica do Rio de Janeiro, reforçou que o país precisa garantir o
direito de todos.
“Desde o início
nós apoiamos o combate à intolerância religiosa, e não poderíamos estar de fora
nesse momento. O estado deve ser laico e todas as religiões devem ser
respeitadas. Essa posição em prol da democracia é fundamental, principalmente
nesse momento contra a intolerância em relação às religiões de matriz
africana”, definiu.
*Amicus Curiae é alguém que mesmo sem ser parte, em razão de sua representatividade, é chamado ou se oferece para intervir em processo relevante com o objetivo de apresentar a um tribunal a sua opinião sobre o debate que está sendo travado nos autos, fazendo com que a discussão seja amplificada e o órgão julgador possa ter mais elementos para decidir de forma legítima.
ARQUIDIOCESE DE
SÃO SEBASTIÃO
DO RIO DE JANEIRO
DO RIO DE JANEIRO
Direção e
Jornalismo: Carlos Moioli
Imagens: Gustavo de Oliveira
Imagens: Gustavo de Oliveira
CONIC – Conselho
Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil
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